He who speaks in wicked tongues may translate this.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Na mente de um desistente

Quando chegas a um ponto que, te fechas na tua própria mágoa, te tornas frio e distante, e deixas de conseguir esboçar afecto por pessoas que outrora tu gostavas... Começas a notar que algo de errado se passa.

Procuras sempre a solidão. A solidão que te corroí e que te vai matando aos poucos, mas mesmo assim, te escondes nela, deixas-te abraçar por ela, e mais miserável ficas. Passas a desejar que as coisas fossem diferentes, notas a tua incapacidade de interagir com pessoas a tua volta. Deixas de confiar em toda a gente. Amigos, amigas, namorados/as, família, tudo deixa de ter importância. Estás sozinho.

Este Verão está a tornar-se numa realidade fria e áspera, e apesar de me dar com amigos, sair, ter um emprego, socializar com pessoas, uma outra parte de mim se sente estagnada no tempo, como se morta. Esta parte está a ganhar gradualmente influencias no meu lado "saudável", o que já se está a reflectir no meu dia a dia.

A estupidez da minha parte é que a pessoas que me são próximas, é notável a minha miséria, pois com elas faço questão de partilhar os meus verdadeiros "Eus", pelo que são revelados lados bastante negros da minha pessoa. Em torno de pessoas que no qual não confio... Consigo manter uma vida socialmente "estável", sem que ninguém desconfie de nada. Mas apesar de todas as mascaras que uso, nenhuma delas preenche este vazio que fez da sua residência, o meu peito. Nada me dá gosto, nada me motiva, sinto-me num loop constante de estagnação emocional que, gradualmente, me vai retirando a sanidade mental. Começo a ficar farto do meu lado negro.

Já me apercebi que pessoas que no qual me importo, estão a ser postas de parte por mim, e apesar de estar ciente disso, é como se uma entidade dentro de mim controlasse as minhas acções, e eu estivesse consciente do que se estava a passar, mas sem poder para o impedir. Pelo que, lamentavelmente, coisas foram feitas, palavras foram ditas, e acções foram tomadas, todas dentro do mesmo contexto, que me provocam uma dor que não sei bem explicar.

Pergunto-me como posso contornar isto... Já sei que é com o tempo, e força de vontade, mas o tempo escasseia, e com ele, a vontade de me mudar.

Apeteceu-me só partilhar um pouco o meu estado de espírito. Vivo no mundo não temperado, e tenho-me vindo a aperceber disso.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fatiga [Momento Poético]

De norte nada espero
Quando perco a meada ao caminho
Sim, não sei por onde dar o próximo passo
Estagnado, preso no tempo
Aprisionado na minha incapacidade de viver.

A cada suspiro
É uma assinatura ao manifesto se sofrimento
Implementada pela angustia do dia a dia
Que é viver sem vida.

Que vazio é este?!
Como pode haver um abismo tão grande em mim?!
De que serei feito, eu, que pareço uma pessoa
Mas que não me vejo como tal
E receio por mim.

A dor que se sente não é aquela que se vê
Mas aquela que não existe
A falta de objectivos, a falta de sabor.
Ignoras todos os meus elogios
Preferes virar a cara e ignorar o que tenho para te dizer.

Porque me fazes isto?!
Torturas-me com a falta de vida, com a que me tiraste.
Lembraste-me que a tinha, só para que a valorizasse mais
Quando esta não se encontra.
Neste meu estado oco.

Este teu abismo que abriste em mim
Que deixaste ao relento para mais tarde nele escarafunchares.
Mata-me de uma vez, tira-me deste sofrimento.
Salva-me de mim, quero ser livre.

Não me abandones a mercê das minhas duvidas.
Pensarei até a morte, em alta cilindrada
Estimula-me a viver, dá-me objectivos, alegria!
Não me deixes a deriva nas marés da vida.
Porque esta só me tem trazido tempestades.

Rodeado de pessoas me sinto só
Não escrevo estes versos para que sintam dó
Mas para que me entendam, o que eu não entendo.

Falta-me algo, mas não sei o quê.
Sinto que pelos outros vivo, e questiono-me porquê.
Aparento vida, mas morte de dentro de mim é o que se vê
Esta nostalgia de nada, farto de tudo, um enorme clichê

Tudo não passa de uma alegoria, um teste a minha pessoa...
Só sei que na minha solidão embebida em ruína me tenho mantido a tona.
Mas cada vez mais me custa manter o ritmo das braçadas... Sinto me cansado...